Sentado na base empoeirada de uma via qualquer, nó feito, um pé prisioneiro de um gato, o outro ainda em liberdade, eis que me disparam a pergunta:
- Que grau escalas?
Podia ser uma forma dissimulada de dizerem que estava na via errada, por ser demasiado dura e só porque sou franzino, tinha roupa suja e “démodé” e porque, ao contrário dos “cromos”, não parecia uma caderneta cheia de autocolantes de duvidosos “sponsors”... Mas podia tratar-se também, como na maioria dos casos, de um mero exercício classificativo, que através de um número e uma letra nos rotula e espeta numa qualquer categoria de escalador.
Será que tudo se reduz a números, sejam eles graus de vias, altitudes ou resultados nas pautas das competições? E o que é isso do grau que escalamos? É aquele que fazemos em qualquer situação, tipo de rocha ou equipamento? E já agora, com ou sem medo?
Nos dias que correm, as vias outrora carregadas de história, parecem produtos de supermercado, com preço em forma de grau e instruções de uso em forma de traços de magnésio. Em breve, em vez do nome, haverá na base um código de barras onde passaremos o nosso leitor de infravermelhos ligado “sem fios” ao caderninho ou ao 8a.nu. Será que a escalada é tão medíocre que se reduz a uma matemática de primeira classe e a uns exercícios básicos de ginástica?
Há umas aves raras de diferente opinião. Um bando de casmurros que apesar das dioptrias consegue ler as letras pequenas por traz dos graus. Sim! Esses que escalam aquelas vias empoeiradas por natureza ou falta de uso, aquelas que custam muito mas pontuam pouco. Aquelas chaminés dos anos 50 que poucas vezes dão mais de cinco pontos, mas que fazem pensar e tremer. Aquelas fissuras dolorosas, mas também aquelas vias bem equipadas e abandonadas por complicadas ou simplesmente por terem cotações bem ajustadas.
Ao contrário de outras guerras, aqui luta-se contra a solidão das aves raras, para que se deixem de escalar altos graus e se passem a escalar altas vias. E já que as citações parecem vender bem, passo a citar uma de um bem sucedido fórum vizinho:
”Si las rutas fueran las mismas, pero las graduaciones cambiaran repentinamente, sería interesante ver qué rutas trataría de hacer la gente”. - Jim Holloway
Boas escaladas em Puras motivações
- Que grau escalas?
Podia ser uma forma dissimulada de dizerem que estava na via errada, por ser demasiado dura e só porque sou franzino, tinha roupa suja e “démodé” e porque, ao contrário dos “cromos”, não parecia uma caderneta cheia de autocolantes de duvidosos “sponsors”... Mas podia tratar-se também, como na maioria dos casos, de um mero exercício classificativo, que através de um número e uma letra nos rotula e espeta numa qualquer categoria de escalador.
Será que tudo se reduz a números, sejam eles graus de vias, altitudes ou resultados nas pautas das competições? E o que é isso do grau que escalamos? É aquele que fazemos em qualquer situação, tipo de rocha ou equipamento? E já agora, com ou sem medo?
Nos dias que correm, as vias outrora carregadas de história, parecem produtos de supermercado, com preço em forma de grau e instruções de uso em forma de traços de magnésio. Em breve, em vez do nome, haverá na base um código de barras onde passaremos o nosso leitor de infravermelhos ligado “sem fios” ao caderninho ou ao 8a.nu. Será que a escalada é tão medíocre que se reduz a uma matemática de primeira classe e a uns exercícios básicos de ginástica?
Há umas aves raras de diferente opinião. Um bando de casmurros que apesar das dioptrias consegue ler as letras pequenas por traz dos graus. Sim! Esses que escalam aquelas vias empoeiradas por natureza ou falta de uso, aquelas que custam muito mas pontuam pouco. Aquelas chaminés dos anos 50 que poucas vezes dão mais de cinco pontos, mas que fazem pensar e tremer. Aquelas fissuras dolorosas, mas também aquelas vias bem equipadas e abandonadas por complicadas ou simplesmente por terem cotações bem ajustadas.
Ao contrário de outras guerras, aqui luta-se contra a solidão das aves raras, para que se deixem de escalar altos graus e se passem a escalar altas vias. E já que as citações parecem vender bem, passo a citar uma de um bem sucedido fórum vizinho:
”Si las rutas fueran las mismas, pero las graduaciones cambiaran repentinamente, sería interesante ver qué rutas trataría de hacer la gente”. - Jim Holloway
Boas escaladas em Puras motivações
Francisco Ataíde
8 comentários:
OLÉ!
Paulo Roxo
Será que vamos ter mais uma nova contratação???
Já temos o Careca, Emigrante Escocês, o maior escalador de Portugal (só em tamanho) e agora vamos ter o Emigrante?
Yes I!
Fran na área, falou e disse...
Molt ben
Abração,
Cuca
Nem mais! Tá tudo lá...
Miguel Grillo
E imformação acerca da foto?
Cá vai um palpite:
Montserrat.
Via de largos.
Sector não arrisco!
Se não tivesse havido um enorme desprendimento nos primeiros largos lá para o ano de 2004, eu quase que apostava que seria a via «Casas-Chani» en Serrat del Moro (Monserrat)!
A via é a Santacana, uma classica da Momia, uma das muitas agulhas de Sant Benet-Montserrat. Foi aberta no ano de 1953 e é um bom exemplo de um Quinto Duro. Apesar de substituídos os buris originais por modernas plaquetes nos seus 5 largos e o grau ser "acessível"(6a+), a distância entre estes e a particularidade da escalada não deixam ninguem indiferente, vulgo "assustado"!
abraço
fran
e mesmo assim!
Enviar um comentário