A pedido de uns quantos escaladores que, pobres deles, perderam várias, senão todas as Montanhas, aqui fica a primeira crónica que lá escrevi.
Cantinho dos teimosos
ou uma história de nomes
......(H)Era uma vez um tempo em que a escalada era um cantinho dos teimosos…Um tempo em que a geração ainda não era Gri e em que os escaladores sonhavam fazer striptease, mas sem espectáculo! Sim, porque esta febre de ser capa de revista é um fenómeno recente e não é preciso ir à torre do tombo ver os arquivos para saber esta história.
......Vou apelar à minha memorex e contar-vos um pouco do antigo ambiente do Farol da Guia: Havia um super-homem a quem chamávamos Flau, mas para nós era preciso sangue, suor e lágrimas para comermos bacalhau com grelos. Hoje há putos in the gym que nunca beberam sumol, nem se calhar ovomaltine, enquanto os putos de ontem mordiam o pó desde a alcatifa até ao tecto e queriam era beber martinis, dançando ao som da kind of magic. Lembro-me, por exemplo, de um dia ter ido escalar com o Jorge Maria, mas na maré baixa as formigas eram judocas e fartaram-se de nos dar porrada! Por fim esse ambiente acabou numa odisseia rochosa até ao último reduto, onde para se fazer essa via que como a outra, assusta mas não custa, se começa por voar sobre um ninho de cucos, depois faz-se um cristo e entra-se no reino da salofobia.
......O tempo, na sua viagem secreta, passou inexoravelmente medido num relógio de sol… e também pelas vias que se equiparam. Foram trabalhos forçados, contra tudo e contra todos, com brocas moles em pedra dura, num jogo sujo de limpó-pó. Mas calma aí! Não foi à toa, nem à chapa três! Foi um trabalho de muitos, bem feito e sem fita métrica! (Eu disse muitos? Desculpem-me, queria dizer muito poucos!). Tentámos como o ministro Carneiro fazer uma reforma educativa, mas era uma obra inumana e, devo confessá-lo, pusémos a pata na poça e falhámos redondamente. Creio que nos ficámos por algum espírito matreco e intifadas particulares… Apesar das dificuldades os horizontes alargaram-se e presentemente já se escala no meio de tubarões com pêlo, onde cada membro pesa e até à última hora. Pode comer-se uma canja laranja para aquecer, seguida de umas tripas à moda do Portinho e uma baba de camelo de sobremesa ou então, para os mais brutus há um rosbife à Reguengos (‘tá bem abelha! Vai lá tu!).
......Para terminar quem quiser pode fazer o jogo-teste “Sou um bom escalador desportivo?” e ver se é capaz de contar as 50 vias que aqui foram referidas. Até à próxima e bons tiros e quedas.
...
PS: Só é pena este artigo não me ser pago, para eu também poder dizer “já enganei mais um”! (e com esta são 51).
Cantinho dos teimosos
ou uma história de nomes
......(H)Era uma vez um tempo em que a escalada era um cantinho dos teimosos…Um tempo em que a geração ainda não era Gri e em que os escaladores sonhavam fazer striptease, mas sem espectáculo! Sim, porque esta febre de ser capa de revista é um fenómeno recente e não é preciso ir à torre do tombo ver os arquivos para saber esta história.
......Vou apelar à minha memorex e contar-vos um pouco do antigo ambiente do Farol da Guia: Havia um super-homem a quem chamávamos Flau, mas para nós era preciso sangue, suor e lágrimas para comermos bacalhau com grelos. Hoje há putos in the gym que nunca beberam sumol, nem se calhar ovomaltine, enquanto os putos de ontem mordiam o pó desde a alcatifa até ao tecto e queriam era beber martinis, dançando ao som da kind of magic. Lembro-me, por exemplo, de um dia ter ido escalar com o Jorge Maria, mas na maré baixa as formigas eram judocas e fartaram-se de nos dar porrada! Por fim esse ambiente acabou numa odisseia rochosa até ao último reduto, onde para se fazer essa via que como a outra, assusta mas não custa, se começa por voar sobre um ninho de cucos, depois faz-se um cristo e entra-se no reino da salofobia.
......O tempo, na sua viagem secreta, passou inexoravelmente medido num relógio de sol… e também pelas vias que se equiparam. Foram trabalhos forçados, contra tudo e contra todos, com brocas moles em pedra dura, num jogo sujo de limpó-pó. Mas calma aí! Não foi à toa, nem à chapa três! Foi um trabalho de muitos, bem feito e sem fita métrica! (Eu disse muitos? Desculpem-me, queria dizer muito poucos!). Tentámos como o ministro Carneiro fazer uma reforma educativa, mas era uma obra inumana e, devo confessá-lo, pusémos a pata na poça e falhámos redondamente. Creio que nos ficámos por algum espírito matreco e intifadas particulares… Apesar das dificuldades os horizontes alargaram-se e presentemente já se escala no meio de tubarões com pêlo, onde cada membro pesa e até à última hora. Pode comer-se uma canja laranja para aquecer, seguida de umas tripas à moda do Portinho e uma baba de camelo de sobremesa ou então, para os mais brutus há um rosbife à Reguengos (‘tá bem abelha! Vai lá tu!).
......Para terminar quem quiser pode fazer o jogo-teste “Sou um bom escalador desportivo?” e ver se é capaz de contar as 50 vias que aqui foram referidas. Até à próxima e bons tiros e quedas.
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PS: Só é pena este artigo não me ser pago, para eu também poder dizer “já enganei mais um”! (e com esta são 51).
3 comentários:
De mestre filipe !!!! Muito bom!!! obrigado!!! Abraço
A uma 1ª contagem saquei 48! tenho de esmiuçar melhor a coisa!
tá nice
fiquei nas 46 :(
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