Oh, comuns e pobres mortais!
Cegos mais do que na visão,
surdos aos silenciosos ais
da natureza que vos dá o pão!
Oh, quantas pedras maltratadas,
quantos trevos feridos?
Para em nome de vãs escaladas
ter os orgulhos preenchidos.
Oh, Grande Mestre incompreendido!
És a nossa ave anunciadora,
o pardal, o bufo, voando esclarecido,
salvador da comunidade escaladora.
Oh, Grande Mestre Verde
utopia dum (es)carro não poluente!
Dá-nos o exemplo de quem o mundo herde
sem logo nele defecar naturalmente.
Oh, Grande Mestre dos vegetais!
Dos líquenes e silvas injustiçadas,
das ervas daninhas, urtigas e carrascais,
és o Paladino das verduras pisadas.
Oh, Grande Mestre da Vida!
Ensina-nos a filosofia de passar
como a minhoca escondida
que não precisa de escalar.
Oh, Mestre! Mais do que parecer
ensina-nos a ser a minhoca!
Com a atitude certa de viver,
verme horizontal no esterco da sua toca.
E sim, Mestre, oh, Mestre!
Que carregas o teu fardo de sabedoria milenar,
ainda hás de merecer uma estátua equestre,
mas sem o cavaleiro, uma cavalgadura a cavalgar.
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2 comentários:
A última estrofe é o "remate" perfeito!
Temos poeta!!:D
... pelo menos falta de coerência não têm! Até a denuncia foi feita por e-mail que é mais ecológico que o fax...
:-)))
Abraços
R.
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